Projeto RiskPorts

Realizar um estudo sobre os impactos do clima, vulnerabilidade e exposição do setor portuário de São Francisco do Sul e Itapoá considerando aspectos operacionais, estruturais e da cadeia logística multimodal.

---

A meta 2 propõe um estudo acerca dos impactos climáticos, vulnerabilidade e exposição inerentes ao setor portuário de São Francisco do Sul e Itapoá. Esta abordagem considera não só aspectos operacionais, estruturais e da cadeia logística multimodal associados, como também os demais desdobramentos resultantes.

Com essa finalidade, os objetivos específicos desta meta são delineados como se segue:

1. Realização de um levantamento dos dados operacionais dos portos costeiros, cedidos pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ);
2. Realização de uma revisão da literatura pertinente ao âmbito, de maneira a compreender as discussões que envolvem temática abordadas;
3. Elaboração de um questionário online por meio da plataforma Google Forms, para condução de entrevistas tanto remotas quanto presencias, direcionadas aos representantes dos portos de São Francisco e Itapoá.

A fim de alcançar os propósitos delineados, o estudo em questão inicialmente empreenderá uma exposição da infraestrutura portuária em âmbito nacional, concentrando-se nos portos situados nas localidades de São Francisco do Sul e Itapoá. A abordagem almeja, de maneira concisa e direta, proporcionar uma compreensão do cenário portuário vigente, com ênfase na contextualização dos portos em questão sobre um panorama mais amplo.

Base de Dados – Porto de São Francisco e Itapoá

Com base nas informações iniciais, relativas às características de natureza agregada e de ordem macro, o estudo se propõe a realizar a coleta e subsequente processamento dos dados operacionais referentes aos portos de São Francisco do Sul e Itapoá, através do sistema de informação, mantido pela ANTAQ, abrangendo o período compreendido entre os anos de 2010 a 2021, abarcando um período de 11 anos, conforme ilustrado na figura abaixo.

A partir das informações coletadas e organizadas, se identificam as variáveis de movimentação quantificadas em toneladas, bem como as variáveis de desempenho temporal (medidas em horas), incluindo parâmetros como tempo de estadia, período de atracação, duração das operações, entre outros. Adicionalmente, variáveis relativas aos tipos de carga, terminais e receita de atracação também são evidenciados.

Essas informações são compiladas em planilhas do Excel em formato dta, apropriados para utilização no contexto do software estatístico STATA.

Após a realização do processo de levantamento dos dados operacionais pertinentes aos portos em questão, bem como a contextualização desses dados ao cenário nacional, empreende-se o desenvolvimento de um embasamento teórico abrangente. Esse embasamento concentra-se na investigação da interconexão entre as atividades portuárias e eventos climáticos extremos. Com o objetivo de identificar e elucidar as possíveis conexões e implicações decorrentes dessa relação.

Elaboração do Questionário – Gestores Portuários

A pesquisa direta, implementada por meio de questionários e entrevistas de cunho presencial e/ou virtual, foi conduzida junto aos gestores das operações portuárias, visando a identificação das ameaças climáticas que influenciam as operações dos portos de São Francisco do Sul e Itapoá em um contexto abrangente. Tal abordagem objetivou a compreensão dos efeitos decorrentes dessas ameaças, bem como a avaliação dos níveis de resiliência e preparação que esses portos possuem face a tais desafios.

Com essa finalidade, o questionário elaborado na plataforma Google Forms, tomando como base os trabalhos realizados por Becker et al. (2011) e Asariotis et al. (2018), e adaptado às particularidades do contexto brasileiro, foi estruturado em quatro seções distintas:

1. Compreende questões de natureza geral, abordando tanto o perfil do participante quanto aspectos relacionados ao porto, como a ligação do participante com a instituição portuária. Além de, detalhes a cerca das movimentações de navios, planos de expansão, investimentos e outros tópicos relevantes;
2. Explora questões voltadas à obtenção de informações históricas relativas as condições climáticas passadas e/ou impactos resultantes das mesmas. Incluindo indagações sobre impactos climáticos já sofridos pelo porto, a natureza desses impactos e o grau de conhecimento do participante sobre as mudanças climáticas;
3.  Dirige-se à questão da disponibilidade de informações cruciais para a avaliação da vulnerabilidade dos portos marítimos. Tópicos abordados incluem a natureza dos dados, as escalas temporais em que são capturados e a frequência com que são registrados.
4. Enfoca as questões relativas à resiliência e preparação dos portos marítimos diante das ameaças climáticas, bem como os planos destinados à adaptação às condições climáticas futuras. Isso abrange tópicos como a frequência com que os assuntos relacionados são discutidos, as medidas adotadas ou a serem implementadas e as expectativas para o futuro.

Com base no questionário elaborado, procedeu-se à realização das entrevistas. Estas foram efetuadas de forma remota no contexto de Itapoá e de maneira presencial em São Francisco do Sul, junto às administrações portuárias. O escopo primordial dessas entrevistas constituiu em identificar as infraestruturas portuárias e procedimentos operacionais que são sensíveis às variações e extremos climáticos (análise de sensibilidade), além das capacidades operacionais e estruturais dos portos em inimizar os danos e prejuízos (análise de capacidade adaptativa).